É Primavera: o apogeu da natureza e da criação. O Sol começa a desaparecer no horizonte, em tons vermelhos e laranja, enfraquecido. Decido abstrair-me da desgastante rotina do dia-a-dia por um só instante e deambular nesta rua quase vazia. Tento encontrar uma razão dentro de mim para me sentir mínimamente feliz, mininamente realizado... Tento. Não sou capaz.
Aquilo que chamo vida torna-se meditação constante, a música transforma-se em
nostalgia no meu pensamento. A rua estreita e eu resolvo sair dela.
Encontro-me a mim mesmo sentado
no banco de um jardim. Toda a natureza parece dizer-me algo, rodeando-me e
fascinando-me com a sua imponência e com o seu esplendor tão característico.
Flores desabrocham, 'bichos' correm numa azáfama para tentar retirar da
natureza o máximo que ela lhes possa fornecer: tudo em prol da sua singela
sobrevivência.
Subitamente algo me tira o pensamento. Espera... Sinto algo no ar. Sinto um aroma deveras
familiar e especial que já há bastante tempo não sentia. Este aroma doce e
aconchegante faz o meu inconsciente angustiar-se da fragilidade da vida e da
curta vivência da mais rica fase da existência do ser-humano: a sua juventude.
Toda esta especialidade remete-me para um lugar no
passado que fiz como que uma viagem. Lembro-me de
momentos, instantes, pessoas. "Lembro, lembro, lembro. Mas porque não vivo? Porque não posso voltar atrás?"
Gostaria de reviver o meu primeiro dia de aulas, o meu primeiro beijo e
lugares e circunstâncias em que vivi o meu primeiro amor. Lembro-me de inúmeros momentos marcantes e até de outros que à partida não teriam razão para
marcar, mas marcaram. Era esta a altura perfeita do meu ser, onde tudo era
novidade para mim: quando acordava todos os dias desejoso de ver os
desenhos animados e o meu eterno amor era a bola de futebol.
Dou por mim a pensar como é fugaz a juventude, como é tão curta a vida. Vivemos milhões de momentos, mas são raríssimos os que nos fazem perceber os verdadeiros valores, os que nos fazem mudar de atitude e crescer enquanto pessoas. Sinto que a vida é breve. Sinto que é demasiado pequena para algum dia eu poder afirmar que valeu a pena. A infância pode não ficar para a eternidade mas algo ficará bem presente: a vontade inesgotável de voltar atrás e reviver tudo de novo. Reviver como se fosse pela primeira vez.
Dou por mim a pensar como é fugaz a juventude, como é tão curta a vida. Vivemos milhões de momentos, mas são raríssimos os que nos fazem perceber os verdadeiros valores, os que nos fazem mudar de atitude e crescer enquanto pessoas. Sinto que a vida é breve. Sinto que é demasiado pequena para algum dia eu poder afirmar que valeu a pena. A infância pode não ficar para a eternidade mas algo ficará bem presente: a vontade inesgotável de voltar atrás e reviver tudo de novo. Reviver como se fosse pela primeira vez.
Oh minha juventude,
Recordar é viver,
E eu vivo,
E eu vivo,
Recordando-te