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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Discurso/Opinião - Império Cultural Português

(Dirijo-me e congratulo a plateia)

O povo Português, o nosso povo.
Somos famosos por valores de humildade, respeito, solidariedade e recepção. Fazemo-lo por instinto, fazemo-lo por experiências enquanto colectivo, característicos de um povo virado desde as suas raízes para a emigração. Estas características já fazem parte do nosso 'ADN' enquanto grupo. Contudo, tudo isto vê-se ameaçado por um único fenómeno prejudicial: o excessivo individualismo.
O ideais de colectividade e afectividade dos Portugueses é, por um lado, algo importante e característico. Por oposição, o Mundo caminha e adopta um diferente sentido, liderados pelos poderosos países do Ocidente. A título exemplificativo refira-se o desastroso episódio ocorrido na central nuclear de Fukoshima, no Japão, onde o povo Japonês agiu e se debateu colectivamente e de uma forma ordeira, em prol do colectivo.
Questiono-me: seriam os países Ocidentais e ditos "avançados" (incluindo Portugal) capazes de reagir de igual forma perante as mesmas circunstâncias adversas? Não, garantidamente.
Os ideais liberalistas, na sua generalidade e ao longo das décadas em que vem proliferando, têm-se manifestado positivos em diversas perspectivas, tais como Socialmente ou Politicamente. Porém, recentemente, esta tese tem sido posta em causa devido às graves circunstâncias económicas mundiais. Posso afirmar que o Liberalismo está a sofrer a outra "face da moeda", a face negativa deste ideal político.
Portugal não é excepção e arrisca-se a perder grande parte da sua identidade tradicional, aquilo a que denomino de "soberania cultural" para o Liberalismo e ideais individualistas e daqueles que olham apenas para o seu umbigo, cópias químicas das gigantes sociedades capitalistas.
Em suma, concluo e afirmo que o individualismo está a corromper a tradição e bons costumes caracterizadores do Povo Português, que se vêem substituídos por ideais de atropelo da sociedade Portuguesa que já existiu e da qual ainda existem vestígios em prol de uma supremacia individual. Será este um 'mal necessário'?

(agradeço e retiro-me)

segunda-feira, 25 de março de 2013

Diário do Viajante (1)

Parei. O bilhete já o tenho no bolso, a estação está praticamente vazia apenas se escutando o murmurar do vento e das folhas que ele consigo levava. De súbito, ouve-se:
- "O comboio Intercidades com destino a Coimbra chegará dentro de segundos"
Lentamente, ergui-me do banco onde me sentara. Chegou a hora de despedir-me, de agradecer toda a hospitalidade que aqueles fantásticos seres tiveram para comigo. Proporcionaram-me 4 dos melhores dias da minha vida, mesmo, no fundo, não tendo sido nada de relevante para elas.
O comboio parou, desloquei-me até à porta... Respirei bem fundo e subi os degraus daquele comboio.
Voltei-me e mirei pela última vez aquela paisagem. Fantástica, verdade? É. E eu sabia que iria ter saudades de estar novamente naquele local.
Despedi-me pela última vez, acenei e o comboio andou. Ali ficara um pouco de mim...

Acomodei-me e por segundos observei a paisagem. Tive tempo suficiente para pensar e escrever aquilo que me ia na alma. E assim o fiz, para mais tarde enviar:

" Cá estou eu de volta à terrinha são e salvo e já com saudades tuas. Gostei bastante destes 4 dias, todas as pessoas foram fantásticas.
No próximo Verão espero que arranjes uns dias do teu "ocupadérrimo" calendário para outro bocadinho comigo. Um obrigado a ti à Luisa e à dona Paula por tudo, gostei mesmo!

Adoro-te, tu sabes... "

Neste momento espero regressar e matar todas as saudades que, de resto, já sinto novamente...

sábado, 24 de novembro de 2012

"Fluvius Mondae"

Falo-te enquanto te miro, maior pérola da região Centro de Portugal.
 

Desde o teu nascimento, da Serra da Estrela até à Figueira da “tua” Foz e passando pela inigualável cidade de Coimbra: é este o teu curso e percurso. Abasteceste populações durante séculos, que se estabeleceram pela tua dádiva. Teu nome traz lenda, presença e magia a toda uma cidade, a toda uma região e a todo um país.

Miro-te. Incidem sobre ti os reflexos das luzes e, na água, a projecção do maior símbolo da minha e tua cidade: a torre da “Cabra”. As tuas águas passam sem destino. Limitam-se a seguir o seu curso e a ir em frente, sabem lá para onde. Não tens objectivo, não pensas, não sentes. Mas despertas em mim e em todos os conimbricenses pensamentos e sentimentos únicos. Consegues fazê-lo sem ter conhecimento, sendo simplesmente tu mesmo. Invejo-te.

És um dos meus maiores orgulhos. Marcas a cidade assim como as pessoas que banhas e que em ti se banham, seja num simples e refrescante mergulho ou numa inevitável consequência “universitária”.
 
Contigo vivi, vivo e viverei o amor, tal como os tão desgraçados Pedro e Inês, imortalizados na ponte que sobre o teu eixo seu amor eterno reencontram. O amor é desgraçado, mas ao mesmo tempo a coisa mais bonita e singela do universo. Contigo sorri e contigo chorei, Mondego.

Vá para onde for, irás fazer-me companhia. Nas memórias, para onde quer que eu vá, vou recordando tais e todas tão formosas peripécias. Tenho e terei toda a coragem de dizer seja onde for seja a quem for que sou de Coimbra, que nasci e cresci em Coimbra e de mãos dadas o Mondego, com todo o orgulho. Porque ser de Coimbra é ser diferente. É ser maior e melhor. É ser único

sábado, 3 de novembro de 2012

A minha "Nostalgia de Infância"


É Primavera: o apogeu da natureza e da criação. O Sol começa a desaparecer no horizonte, em tons vermelhos e laranja, enfraquecido. Decido abstrair-me da desgastante rotina do dia-a-dia por um só instante e deambular nesta rua quase vazia. Tento encontrar uma razão dentro de mim para me sentir mínimamente feliz, mininamente realizado... Tento. Não sou capaz.
Aquilo que chamo vida torna-se meditação constante, a música transforma-se em nostalgia no meu pensamento. A rua estreita e eu resolvo sair dela. 
Encontro-me a mim mesmo sentado no banco de um jardim. Toda a natureza parece dizer-me algo, rodeando-me e fascinando-me com a sua imponência e com o seu esplendor tão característico. Flores desabrocham, 'bichos' correm numa azáfama para tentar retirar da natureza o máximo que ela lhes possa fornecer: tudo em prol da sua singela sobrevivência.
Subitamente algo me tira o pensamento. Espera... Sinto algo no ar. Sinto um aroma deveras familiar e especial que já há bastante tempo não sentia. Este aroma doce e aconchegante faz o meu inconsciente angustiar-se da fragilidade da vida e da curta vivência da mais rica fase da existência do ser-humano: a sua juventude.
Toda esta especialidade remete-me para um lugar no passado que fiz como que uma viagem. Lembro-me de momentos, instantes, pessoas. "Lembro, lembro, lembro. Mas porque não vivo? Porque não posso voltar atrás?" 
Gostaria de reviver o meu primeiro dia de aulas, o meu primeiro beijo e lugares e circunstâncias em que vivi o meu primeiro amor. Lembro-me de inúmeros momentos marcantes e até de outros que à partida não teriam razão para marcar, mas marcaram. Era esta a altura perfeita do meu ser, onde tudo era novidade para mim: quando acordava todos os dias desejoso de ver os desenhos animados e o meu eterno amor era a bola de futebol.

Dou por mim a pensar como é fugaz a juventude, como é tão curta a vida. Vivemos milhões de momentos, mas são raríssimos os que nos fazem perceber os verdadeiros valores, os que nos fazem mudar de atitude e crescer enquanto pessoas. Sinto que a vida é breve. Sinto que é demasiado pequena para algum dia eu poder afirmar que valeu a pena. A infância pode não ficar para a eternidade mas algo ficará bem presente: a vontade inesgotável de voltar atrás e reviver tudo de novo. Reviver como se fosse pela primeira vez.


Oh minha juventude,
Recordar é viver,
E eu vivo,

Recordando-te